Esperou o
fim da tarde chegar, pegou o carro e saiu. Rodou meia hora, mirando as poças
das ruas. Era quase um atropelamento. Em cada poça, era um antigo amor, um novo
desafeto ou uma futura decepção. Mirou em todas, atropelou algumas. As maiores
ficaram para trás. Essas sempre ficam.
Queria um
bar, mas a carteira estava vazia. E era orgulhoso demais pra pagar cerveja com
moedas. E o combustível que sobrou no tanque dava apenas pra voltar pra casa, o
último lugar que gostaria de estar naquela hora.
Pegou a
próxima rotatória, desceu a rua, virou à direita, depois a primeira à direita
de novo, outra direita e encontrou uma rua vazia. Encostou por ali. E ali
ficaria o resto dos dias se a chuva permitisse. Dificilmente alguém o
encontraria caso deitasse no banco do carro e dormisse. Mas ficou olhando os
pingos da chuva limparem seu vidro trincado.
- Preciso
arrumar esse maldito vidro – pensou, encostando a cabeça no banco.
Ligou o
rádio e colocou uma coletânea de Bonnie Raitt. Ficou faltando apenas um trago
pra compensar. E ali ficou, de olhos fechados. Quando a rua à frente está
vazia, não há necessidade de vê-la por muito tempo. Mesmo que uma curva se
agigante a poucos metros.
Só notou
que anoiteceu quando um farol iluminou sua traseira, refletindo no retrovisor a
luz em seus olhos. A luz apagou ao mesmo tempo em que ouviu um som de buzina.
Parecia intermitente, quase como quem chama a atenção. Mas não havia mais
ninguém por ali além dele. Aquela vida estava sendo boa demais naqueles parcos
minutos, mesmo...
Desceu
puto, balbuciando alguma coisa. A chuva molhava seus cabelos e sua barba quando
avistou pelo vidro daquele carro uma figura feminina. E parecia fazer um sinal
para que entrasse. A chuva apertou e, que se dane, ele entrou. E ficou
impressionado com o que viu: uma morena, na casa dos 30 e poucos, trajando
apenas um vestido cinza, sem alças, revelando belos ombros. E como ele adorava
morder um ombro, quase não reparou nas pernas viçosas reveladas pelo pano que
pouco as cobria. Era uma morena bem gostosa, pensou, enxugando a barba na
camiseta preta.
- Você tem
10 minutos para fugir.
Foi o que
Fil ouviu de uma voz forte sem ser grossa. Ao dizer isso, ela virou-se em sua
direção e se encostou na porta, quase deitando.
- Não
preciso nem de 10 segundos – ele respondeu, inclinando-se em direção de seu
corpo que cheirava a apreensão. E não há nada mais excitante do que a sensação
de ter o pau duro ou a buceta molhada por uma descarga de apreensão súbita.
Ao ouvir
isso, aquele belo par de olhos negros saltou em sua direção, agarrando-o pelos
cabelos. Não era um beijo. Era como se ela sugasse toda sua essência através
daquela língua inquieta. Quanto mais ele correspondia, mais ela o engolia. E
mais seu pau ficava duro. As mãos dele logo percorreram aquele corpo tesudo e
quente. Não tinha porque ser polido com a situação. Polidez é para aqueles que
não sabem trepar.
As duas
mãos dela agarrando seu rosto, seus cabelos. Uma mão dele separando as duas
pernas dela, o que fez subir uma onda de calor entre os dedos, que desceram em
busca daquela buceta. Sentiu pela ponta dos dedos uma calcinha de renda grossa,
que foi logo tirada de lado, mostrando uma pele molhada de suor e de desejo.
Ele poderia morrer naquele momento e morreria sorrindo.
Ficaram
assim por alguns minutos. Ou muitos minutos. Nessas horas, hora não conta nada.
Mas ele a afastou com vigor e pararam de se beijar. Abriu mais aquelas pernas,
tirou mais aquela calcinha de lado e retirou a mão dela. Trouxe à boca os
dedos, os molhou com sua língua e voltou a descê-los. Não que precisasse
molhá-los, apenas queria sentir seu sabor, mesmo. Tudo isso olhando para ela.
Foi quando um dedo a penetrou profundamente. Ela se recostou, fechando os olhos
e esticando um braço em busca dele. Agarrou sua camiseta e o puxou para perto
dela novamente, travando aquela mão invasora com suas belas pernas. Era uma
bela morena, de fato.
Enquanto o
beijava ainda mais sedenta, aquele dedo rodava, mexia, fodia e a contorcia
toda. E dentro daquela bermuda jeans surrada, um pau se avolumava. Chegava a
incomodar, pois não tinha espaço para ele crescer ali. Precisava respirar. E
foi o que ela fez: apoiou-se em suas pernas, ajoelhando-se no banco, e abriu o
zíper com uma certa dificuldade. Nada que atrapalhasse, apenas deu um ar de
suspense.
- Quando
será que essa mão vai agarrar meu pau? Tá latejando, já! – pensou ele enquanto socava com afinco a mão naquela buceta agora
ainda mais liberada.
E ela o
agarrou. Grudou com uma intensidade que fez ele perder o compasso da foda com
as mãos. Desviou o foco mas logo retomou. Isso fez com que ele tirasse as mãos
dela e a agarra-se pelos cabelos, sem deixar de beijá-la. Ela se ajeitou melhor
no banco e tentou descer para chupá-lo. Ele a segurou mais pelo cabelo e bateu
em sua cara. Uma vez. Duas vezes. Outras vezes, sempre depois de um longo e
sugado beijo. Fez com que ela pedisse para chupar. Ela pediu e ele, enfim,
permitiu. Uma boca quente, molhada, bem dosada na abertura o abocanhou como
quem crava os dentes em manga madura. Era como se o mordesse sem usar os
dentes. Se continuasse mais dois minutos, ele gozaria. Por isso a puxou pelo
cabelo, deu-lhe mais um tapa na cara e voltou a beijar aquela boca, jogando-a
novamente em seu banco.
Ainda não
tinha provado seus seios. E estavam tão acessíveis com ela deitada e ele sobre
ela. Abaixou o vestido, revelando um bico rígido, carente de mordidas. E
postou-se a lambe-lo, sugá-lo, apertá-lo, desejá-lo. Não sem esquecer-se da
buceta, que recebia dois dedos a fodendo agora.
Mais
contorções, algumas palavras balbuciadas, sem precisarem de sentido. Ele estava
fodendo ela como se não fosse vê-la novamente amanhã. E não iria, por isso foi
ríspido, austero, violento. Eram dois dedos a preenchendo e ela rebolando,
ditando o ritmo dela, ofegante e descompassada.
- Puta que
pariu, eu não vou agüentar - gritou em voz baixa.
Ele a
ignorou, claro. E continuou fodendo. Olhando para ela, viu quando ela o olhou.
E ficaram assim, se olhando enquanto se fodiam. Os vidros estavam embaçados,
mas deu pra perceber que alguém passou pela rua, indiferente ao que acontecia
dentro deles. A luz do poste ora apaga, ora acendia. Tinha muita energia
acumulada naquela quadra. A mão dele estava toda molhada. Era um molhado viscoso,
denso, quase um mel. Ela gozou na mão dele e perdeu os sentidos. Travou as
pernas e mesmo assim ele continuava, em ritmo mais lento. Aquela buceta era
deliciosa demais pra ter descanso.
O beijou
novamente. Ainda com a mesma intensidade, a mesma fome, o mesmo tesão de quando
o viu descendo do carro e vindo em sua direção. Ele era ainda mais rústico,
ainda mais assustador do que ela imaginava. E isso fez com que sua calcinha
estivesse molhada antes mesmo dele sentar-se em seu banco.
O jogou de
volta e voltou a chupá-lo. Sem pedir, sem merecer. Apenas o chupou. Por sua
desobediência, ele deitou um braço sobre suas costas e sua outra mão alcançou
sua bunda, empinada e iluminada pelo poste intermitente. Subiu o vestido e
começou a sentir seu cu liso, pequeno, gostoso de tocar. Não pensou e o
invadiu. Ela gemeu, se ajeitou melhor, liberando mais espaço para que ele a
tocasse. Tirou a boca do pau, continuou o masturbando com violência. Ele
sussurrou uma ordem em seu ouvido e ela logo pediu:
- Goza na
minha boca, caralho!
Foi o tempo
de voltar a engoli-lo para que a porra quente jorrasse em sua língua, enchendo
sua boca. Ela não desperdiçou nada. A cada vibração, era uma sugada mais forte.
Era uma boa vagabunda. Tirou a boca, deu uma última sugada, levantou-se, olhou
bem para seu rosto e o beijou e ficou ali, encostada, ofegante. Ambos suados,
pingava suor como se acompanhasse a chuva do lado de fora. Foi uma boa gozada
para ambos. Mas ainda havia mais tesão. Mais beijos enroscados, com gosto de
suor e gosto de porra.
Ainda a fez
gozar nos dedos novamente, mais rapidamente do que as outras vezes. E não
deixou que ela alcançasse seu pau. Novamente. Apenas a segurava pelo pescoço
contra o vidro, mantendo suas pernas abertas e a calcinha de lado. Ela deve ter
dito que ia morrer assim, mesmo que a cada estocada daquelas mãos trouxesse
ainda mais vida para dentro daquela morena na casa dos 30 e poucos que o fazia
recordar-se de alguém do passado, com os mesmos traços, na mesma casa, com o
mesmo vestido e a mesma intensidade. Fora um amor alugado que ainda o
castigava.
Buscava o
ar e desceu do carro, atordoada. Sentiu a brisa tocar-lhe os cabelos pretos, a
pele sedosa, e sentiu a brisa invadir por debaixo de seu vestido. Estava
desnorteada e sentou-se novamente, ainda limpando o suor da testa. Ela tentava
se recompor quando ele se jogou pra cima dela, a beijou apertando sua cabeça
contra o banco, envolvendo sua cintura com os dois braços, passando a língua
por seus lábios. Não se despediu e desceu do carro. Antes de fechar a porta,
ela gritou:
- Peraí - e
saiu.
Deu a volta
e correu para aqueles braços tatuados, fortes sem serem musculosos. E o beijou
novamente. O poste apagou e acendeu. E a noite parou de chover.
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