#ContosDoOgro: 10 minutos para fugir

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:

Esperou o fim da tarde chegar, pegou o carro e saiu. Rodou meia hora, mirando as poças das ruas. Era quase um atropelamento. Em cada poça, era um antigo amor, um novo desafeto ou uma futura decepção. Mirou em todas, atropelou algumas. As maiores ficaram para trás. Essas sempre ficam.
Queria um bar, mas a carteira estava vazia. E era orgulhoso demais pra pagar cerveja com moedas. E o combustível que sobrou no tanque dava apenas pra voltar pra casa, o último lugar que gostaria de estar naquela hora.
Pegou a próxima rotatória, desceu a rua, virou à direita, depois a primeira à direita de novo, outra direita e encontrou uma rua vazia. Encostou por ali. E ali ficaria o resto dos dias se a chuva permitisse. Dificilmente alguém o encontraria caso deitasse no banco do carro e dormisse. Mas ficou olhando os pingos da chuva limparem seu vidro trincado.
- Preciso arrumar esse maldito vidro – pensou, encostando a cabeça no banco.
Ligou o rádio e colocou uma coletânea de Bonnie Raitt. Ficou faltando apenas um trago pra compensar. E ali ficou, de olhos fechados. Quando a rua à frente está vazia, não há necessidade de vê-la por muito tempo. Mesmo que uma curva se agigante a poucos metros.
Só notou que anoiteceu quando um farol iluminou sua traseira, refletindo no retrovisor a luz em seus olhos. A luz apagou ao mesmo tempo em que ouviu um som de buzina. Parecia intermitente, quase como quem chama a atenção. Mas não havia mais ninguém por ali além dele. Aquela vida estava sendo boa demais naqueles parcos minutos, mesmo...
Desceu puto, balbuciando alguma coisa. A chuva molhava seus cabelos e sua barba quando avistou pelo vidro daquele carro uma figura feminina. E parecia fazer um sinal para que entrasse. A chuva apertou e, que se dane, ele entrou. E ficou impressionado com o que viu: uma morena, na casa dos 30 e poucos, trajando apenas um vestido cinza, sem alças, revelando belos ombros. E como ele adorava morder um ombro, quase não reparou nas pernas viçosas reveladas pelo pano que pouco as cobria. Era uma morena bem gostosa, pensou, enxugando a barba na camiseta preta.
- Você tem 10 minutos para fugir.
Foi o que Fil ouviu de uma voz forte sem ser grossa. Ao dizer isso, ela virou-se em sua direção e se encostou na porta, quase deitando.
- Não preciso nem de 10 segundos – ele respondeu, inclinando-se em direção de seu corpo que cheirava a apreensão. E não há nada mais excitante do que a sensação de ter o pau duro ou a buceta molhada por uma descarga de apreensão súbita.
Ao ouvir isso, aquele belo par de olhos negros saltou em sua direção, agarrando-o pelos cabelos. Não era um beijo. Era como se ela sugasse toda sua essência através daquela língua inquieta. Quanto mais ele correspondia, mais ela o engolia. E mais seu pau ficava duro. As mãos dele logo percorreram aquele corpo tesudo e quente. Não tinha porque ser polido com a situação. Polidez é para aqueles que não sabem trepar.
As duas mãos dela agarrando seu rosto, seus cabelos. Uma mão dele separando as duas pernas dela, o que fez subir uma onda de calor entre os dedos, que desceram em busca daquela buceta. Sentiu pela ponta dos dedos uma calcinha de renda grossa, que foi logo tirada de lado, mostrando uma pele molhada de suor e de desejo. Ele poderia morrer naquele momento e morreria sorrindo.
Ficaram assim por alguns minutos. Ou muitos minutos. Nessas horas, hora não conta nada. Mas ele a afastou com vigor e pararam de se beijar. Abriu mais aquelas pernas, tirou mais aquela calcinha de lado e retirou a mão dela. Trouxe à boca os dedos, os molhou com sua língua e voltou a descê-los. Não que precisasse molhá-los, apenas queria sentir seu sabor, mesmo. Tudo isso olhando para ela. Foi quando um dedo a penetrou profundamente. Ela se recostou, fechando os olhos e esticando um braço em busca dele. Agarrou sua camiseta e o puxou para perto dela novamente, travando aquela mão invasora com suas belas pernas. Era uma bela morena, de fato.
Enquanto o beijava ainda mais sedenta, aquele dedo rodava, mexia, fodia e a contorcia toda. E dentro daquela bermuda jeans surrada, um pau se avolumava. Chegava a incomodar, pois não tinha espaço para ele crescer ali. Precisava respirar. E foi o que ela fez: apoiou-se em suas pernas, ajoelhando-se no banco, e abriu o zíper com uma certa dificuldade. Nada que atrapalhasse, apenas deu um ar de suspense.
- Quando será que essa mão vai agarrar meu pau? Tá latejando, já! – pensou ele enquanto socava com afinco a mão naquela buceta agora ainda mais liberada.
E ela o agarrou. Grudou com uma intensidade que fez ele perder o compasso da foda com as mãos. Desviou o foco mas logo retomou. Isso fez com que ele tirasse as mãos dela e a agarra-se pelos cabelos, sem deixar de beijá-la. Ela se ajeitou melhor no banco e tentou descer para chupá-lo. Ele a segurou mais pelo cabelo e bateu em sua cara. Uma vez. Duas vezes. Outras vezes, sempre depois de um longo e sugado beijo. Fez com que ela pedisse para chupar. Ela pediu e ele, enfim, permitiu. Uma boca quente, molhada, bem dosada na abertura o abocanhou como quem crava os dentes em manga madura. Era como se o mordesse sem usar os dentes. Se continuasse mais dois minutos, ele gozaria. Por isso a puxou pelo cabelo, deu-lhe mais um tapa na cara e voltou a beijar aquela boca, jogando-a novamente em seu banco.
Ainda não tinha provado seus seios. E estavam tão acessíveis com ela deitada e ele sobre ela. Abaixou o vestido, revelando um bico rígido, carente de mordidas. E postou-se a lambe-lo, sugá-lo, apertá-lo, desejá-lo. Não sem esquecer-se da buceta, que recebia dois dedos a fodendo agora.
Mais contorções, algumas palavras balbuciadas, sem precisarem de sentido. Ele estava fodendo ela como se não fosse vê-la novamente amanhã. E não iria, por isso foi ríspido, austero, violento. Eram dois dedos a preenchendo e ela rebolando, ditando o ritmo dela, ofegante e descompassada.
- Puta que pariu, eu não vou agüentar - gritou em voz baixa.
Ele a ignorou, claro. E continuou fodendo. Olhando para ela, viu quando ela o olhou. E ficaram assim, se olhando enquanto se fodiam. Os vidros estavam embaçados, mas deu pra perceber que alguém passou pela rua, indiferente ao que acontecia dentro deles. A luz do poste ora apaga, ora acendia. Tinha muita energia acumulada naquela quadra. A mão dele estava toda molhada. Era um molhado viscoso, denso, quase um mel. Ela gozou na mão dele e perdeu os sentidos. Travou as pernas e mesmo assim ele continuava, em ritmo mais lento. Aquela buceta era deliciosa demais pra ter descanso.
O beijou novamente. Ainda com a mesma intensidade, a mesma fome, o mesmo tesão de quando o viu descendo do carro e vindo em sua direção. Ele era ainda mais rústico, ainda mais assustador do que ela imaginava. E isso fez com que sua calcinha estivesse molhada antes mesmo dele sentar-se em seu banco.
O jogou de volta e voltou a chupá-lo. Sem pedir, sem merecer. Apenas o chupou. Por sua desobediência, ele deitou um braço sobre suas costas e sua outra mão alcançou sua bunda, empinada e iluminada pelo poste intermitente. Subiu o vestido e começou a sentir seu cu liso, pequeno, gostoso de tocar. Não pensou e o invadiu. Ela gemeu, se ajeitou melhor, liberando mais espaço para que ele a tocasse. Tirou a boca do pau, continuou o masturbando com violência. Ele sussurrou uma ordem em seu ouvido e ela logo pediu:
- Goza na minha boca, caralho!
Foi o tempo de voltar a engoli-lo para que a porra quente jorrasse em sua língua, enchendo sua boca. Ela não desperdiçou nada. A cada vibração, era uma sugada mais forte. Era uma boa vagabunda. Tirou a boca, deu uma última sugada, levantou-se, olhou bem para seu rosto e o beijou e ficou ali, encostada, ofegante. Ambos suados, pingava suor como se acompanhasse a chuva do lado de fora. Foi uma boa gozada para ambos. Mas ainda havia mais tesão. Mais beijos enroscados, com gosto de suor e gosto de porra.
Ainda a fez gozar nos dedos novamente, mais rapidamente do que as outras vezes. E não deixou que ela alcançasse seu pau. Novamente. Apenas a segurava pelo pescoço contra o vidro, mantendo suas pernas abertas e a calcinha de lado. Ela deve ter dito que ia morrer assim, mesmo que a cada estocada daquelas mãos trouxesse ainda mais vida para dentro daquela morena na casa dos 30 e poucos que o fazia recordar-se de alguém do passado, com os mesmos traços, na mesma casa, com o mesmo vestido e a mesma intensidade. Fora um amor alugado que ainda o castigava.
Buscava o ar e desceu do carro, atordoada. Sentiu a brisa tocar-lhe os cabelos pretos, a pele sedosa, e sentiu a brisa invadir por debaixo de seu vestido. Estava desnorteada e sentou-se novamente, ainda limpando o suor da testa. Ela tentava se recompor quando ele se jogou pra cima dela, a beijou apertando sua cabeça contra o banco, envolvendo sua cintura com os dois braços, passando a língua por seus lábios. Não se despediu e desceu do carro. Antes de fechar a porta, ela gritou:
- Peraí - e saiu.
Deu a volta e correu para aqueles braços tatuados, fortes sem serem musculosos. E o beijou novamente. O poste apagou e acendeu. E a noite parou de chover.

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