O lobo

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:
Descendo a rua,
se vê um lobo

Renegado à alcatéia,
ele uiva avisando,
com frio e ferido:
miraram no peito
mas erraram o alvo
e está a sangrar e
dolorido

Renegado ao amor,
ele uiva pedindo
socorro e abrigo:
mesmo sujo e fedido,
ele quer um canto
amigo para deitar
e lamber o pêlo

Renegado o mundo,
ele uiva implorando
à sombra parceira:
não temam as presas
expostas às pressas,
não machucam e nem
matam a fome

Renegando a existência,
vaga há tempos sozinho
e mesmo mal-encarado
no olhar vê-se ternura
Não há beleza no sofrer
Isso tudo não é viver
É apenas morrer

Subindo a rua,
se vai o lobo

3 comentários:

  1. Carol Viana disse...
  2. lá se vai....

  3. Evelyn Paparelli disse...
  4. De tão renegado acabou renegando.

  5. Penso Contos disse...
  6. Muito bom!

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