Queria escrever mais
mas não sei mais o que
mais escrever.
Nem sei, aliás, se deveria,
não há nada novo
para o papel absorver.
Meus melhores textos
foram criados no banheiro
durante o banho.
Ainda não criaram papel
à prova d’água
e a toalha funciona
como um bálsamo amnésico.
Hoje à tarde, sentado entre árvores,
de Manuel Bandeira li
“Cartas de meu avô”.
Lembrei-me de minha avó
e de seu pé de acerola
com gosto nada amargo
plantado há três décadas
no quintal de sua casa
na Vila Camargo.
Quando moleque, me jogava
por entre seus galhos
e me sentava no telhado
com as mãos cheias
daquela fruta vermelha
de sabor adocicado.
Nunca fui de subir em árvores
mas naquele pé eu sabia
onde por o meu pé.
Enchia as mãos e a boca
com cinco ou dez de cada vez
e a cada mastigada era um suco
extraído
e nada era mais gostoso
do que aquele complicado
líquido.
E do alto daquelas telhas
nada mais eu contemplava
além da cidade ao fundo
como um papel de parede
e uma última fruta pendurada
ainda me despertando sede
no galho mais distante
perto daquela telha quebrada.
Mas hoje o quintal mudou:
foice àquele pé de acerola,
foi-se também minha avó.
Apenas acendo uma vela
perto do interruptor.
Você precisa da coragem
para ir e ascender sua vida.
perto do interruptor.
Você precisa da coragem
para ir e ascender sua vida.
| Procura aí...
| Quem sou eu
"Sou a antítese de mim mesmo! Aquilo que me diferencia é o que me escraviza!"
* Editor-chefe de um jornal semanal, já fui produtor e diretor de TV, comentarista politico em rádio, balconista de boteco e o caralho que você imaginar. Só não fui michê por falta de cliente!
* Não estou filiado a nenhum partido político nem tenho pretensões de me candidatar a qualquer cargo público eletivo. Sou somente mais um jornalista metido a falar besteira sobre qualquer coisa!
* Ouço e toco blues, jogo pôquer, bilhar e não estou preocupado com o que vão pensar sobre minhas opiniões aqui escritas.
* Ou seja: FODA-SE!
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2 comentários:
I'm speechless!!! Talvez por me fazer lembrar do pé de jabuticaba na casa da minha que toda vez que subiamos, levavamos bronca...o pé se foi e se foram as broncas tambem quando minha vó se foi. E ai fica um vazio...
Mas o titulo do seu texto me fez entender que nao fica um vazio, fica sim um cheio, cheio de boas lembranças e recordaçoes e muito que aprendi com minha avó. Obrigada!!!
quando tempo não vinha aqui...
complexidades..
adoro..
bejijossssss
adoro-te
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