Não sei mais distinguir

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:
Por que toda escolha
resulta em uma renúncia?
Não me foram dadas escolhas
Essa dor que não termina
apenas acaba comigo

Minhas estruturas abaladas
por um golpe inesperado.
Estava o peito exposto
e cheguei a acreditar
que ainda pudesse
Não pude
Por que?

Não há mais o verde da relva verde,
nem o rosa do botão de rosa
Apenas as nuvens que trouxeram
o cinza do inverno de volta
e as lagrimas que chovem
neste chão de terra batida,
onde abatido me repouso
e não vou mais me levantar

Restou essa pretensa vontade
de se perpetuar na vida de alguém

Tem tanto tempo que esse choro
represo que de tanto que escorre
já nem sinto seu gosto de soro
Só sei que parar não consigo
Também nem sei se quero
ou se preciso

Porque ando cansado de mim
Cansado de ser assim
E dessa dor sem fim

Mas é quando me auto-saboto
E ajo como sempre agi
Que preciso que me ignore
E me resgate de mim
E não aceite meu não
Nem concorde com meu sim

Apenas desdenhe
E não consinta
Mesmo que eu peça
Para sentir o que sinto
Não sinta: minta!

Me ignore
Me esnobe
Mas me socorra
E me salve de mim

Não quero voltar pra lá
É tudo muito frio
Tudo muito vazio
E já estive lá
Por tempo demais

Mesmo que te faça chorar
Que te faça vomitar
E querer ir embora
Não me deixe aqui

Preciso de um antídoto
E você é meu veneno
Que funciona contra mim

Seque meu chorar
Por favor
E me tire um sorriso
Sim?

1 comentários:

  1. Anônimo disse...
  2. Por que me lembrei desse outro poema seu? Tem a ver??
    http://questaodeordem.blogspot.com/2011/02/saudade-de-respirar-alguem.html

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