#ContosDoOgro: Conduzindo pelos corredores

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:

- Mesmo quando chupei a policial semanas atrás não foi assim...
Foi o que bastou para Helena perder o foco da discussão e se concentrar apenas na cena de Fil chupando uma policial em sua cama.
- Mas quem é essa? – perguntou, disfarçando a distração.
- Você não conhece... mas foi apenas isso que aconteceu. O fato é: o que estou exemplificando mostra que...
           - E quando foi isso? – interrompeu a moça, ao se ajeitar no sofá onde repousava sua cabeça recém refém de dores.
           - Em janeiro... mas o que isso faz diferença, porra? Tô te falando que o fato de ter me envolvido com poucas mulheres não muda meu discernimento sobre o que posso esperar pra mim. A chupada na policial foi apenas um tópico.
           - Mas onde foi isso?
           - Aqui em casa... enfim, não preciso ter várias experiências para comprovar uma tese e um fato.
           - Sinto muito, Fil... mas não consigo pensar em outra coisa a não ser em você chupando essa policial.
           Helena era bissexual - e qual mulher não o é em alguma fase da vida? - e isso sempre surgia à tona quando o assunto era sexo e mulheres. Chegava a parecer um típico homem clássico, perdendo todo o foco apenas porque uma buceta e uma língua foram inseridas no contexto.

Dez minutos depois, os dois estavam na cama. Enquanto ela o chupava, ele apenas tentava ditar o ritmo. Quase que em vão: a cada investida, Helena consumia o que tinha em mãos, sem sequer olhar em volta ou para cima. Estava finalmente focada em algo. Foram longos os minutos e foram longas as investidas.
Após fazê-la gozar em sua boca, tendo seu rosto travado entre suas pernas e um pedido de clemência por dois minutos, ela pediu um cigarro e uma água.
- Esse seu jogo eu conheço bem... você é manipulador ao me persuadir.
- Eu? Jogando? Só porque fiquei com vontade de você? Gozou e ainda tá reclamando, mulher?
           - Não. Mas é que você sabe que me entrego à loucura ao imaginar o homem que tenho com outra mulher. Não tenho ciúme quando é algo que eu autorize e incentive e busque.
- Chega a ser uma obsessão isso, não? Ter esse controle até sobre o prazer de quem divide a cama contigo? – se deitou ele sobre as pernas ainda trêmulas pelo orgasmo.
           - Não: é apenas minha forma de conduzir a paixão.
           - E o que a te fez me chupar dessa forma? Apenas a imagem minha chupando outra? Isso porque nem dei detalhes e nem foi com essa conotação erótica que você viu...
           - Não, meu anjo: é que não há nada mais excitante do que você tão autoconfiante assim ao se dispor a dizer que é foda fazendo uma mulher gozar. Eu sei disso, por isso me empolgo.
           - Hum... entendi... então acaba seu cigarro porque ainda não terminei.

           Naquele dia, Fil não tomou banho antes de dormir. Era bom relembrar aromas e sabores ao se deitar naquela mesma cama.

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