Impossível, mesmo que pela quinta vez que assisto, não se colocar na situação de morte eminente e iminente. Hoje, me peguei pensando e sentindo como seria minha reação caso estivesse fadado a morrer em poucas horas. Meu principal questionamento interno foi: o que eu iria sentir? O que iria pensar? Em quem, especificamente, eu pensaria e passaria um filme pela cabeça na hora em que estivesse no corredor.
Várias pessoas me vieram à mente... algumas ao coração... Pessoas que passaram pela minha vida. Outras que ficaram. Poucas que marcaram. Raras inesquecíveis. E ficou impossível conter as lágrimas ao pensar e lembrar de todas elas. Percebi, em meio a emoção, que algumas únicas pessoas tiveram o dom de me emocionar e ultrapassar a barreira gelada que envolvo o coração em alguns momentos.
Apenas poucas puderam conhecer quem sou eu, de fato... e me senti mal com isso. Me senti descartável, apenas mais um em meio à outros. E não há coisa pior para um homem do que se sentir assim: descartável e usado.
Penso assim pois nunca deixei que as pessoas que se aproximaram de mim se sentissem assim. Mesmo com esse jeito gelado, frio, insensível e arrogante por vezes, nunca deixei de ser justo com quem permito me cercar. Por isso sinto tanto na pele quando esse tipo de coisa acontece comigo. O descarte e a frieza, quando usados nesse nivel, deixam sequelas permanentes.
Eu nunca almejei ser mais do que especial para o mundo. Apenas me permiti viver e sentir as emoções calado, na minha inquietude e na minha vã crença em que ser honesto consigo mesmo sempre é o melhor caminho... mesmo que para isso, você precise se enganar diariamente. Desde que não atinja outras pessoas, eu serei o idiota que quiser ser.
Respostas à questões como "onde errei" ou "onde deveria ter feito diferente" não irão ajudar quando estiver no corredor. Apenas sei que preciso viver para continuar encontrando raras pessoas que poderão me emocionar. E não me arrepender disso. Sentado à cadeira, a única coisa que te restará serão as lembranças... coisas que sentiu, viveu e que ninguém poderá tirar de você.
Siga tentando acertar... peque por excesso, nunca pela omissão. Seja sua própria antítese... mas liberte-se das suas correntes. Não se deixe escravizar por suas ideias ou ideais. Viva como uma metamorfose ambulante, enfrente o que vier, quem vier... mas seja sempre você! Caia, conheça seu fundo do poço para que se erga com uma estrutura sólida. Seja inconsequente... é o que poderia dizer antes da cadeira ser ligada.
Inícios e recomeços são como parágrafos: sempre te dão uma segunda chance quando vistos com mais dedicação e carinho. É preciso olhar o início de tudo para saber quem você é, o que você foi e quem você será! Aprender com os erros... para seguir errando com o que aprendeu.
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