Quarta-feira. Saio de uma reunião em Cordeirópolis ás 19h30. Me dirijo à minha antiga faculdade, resolver alguns pepinos. Ligo para a Ana. Ela estava fazendo uma matéria. Marquei de pegá-la na TV às 20h30.
Desco pela rua Piauí as 20h25, engatado em quinta. O motor segura a velocidade e eu controlo no freio os avanços. Minha mente estava vazia, não pensava em nada no momento. Apenas dirigia meu velho e querido Golzinho...
A preferencial dessa rua é minha. Mas um Palio resolveu mudar o curso da minha noite. Em uma das travessas, ele ignorou o "Pare"... justamente quando eu estava passando por ali.
Vejo-o cruzar minha frente... a menos de 10 metros de distância. Tento desviar, mas já era tarde. Uma fração de segundos para o choque, mas uma eternidade dentro daquele carro.
Acerto-o em cheio. O impacto me deixa perdido, mas consciente o suficiente para ver meu carro quase colidir com um muro na esquina. Vejo ainda o Palio no meio da rua, parado... com sua lateral atingida.
Um silêncio macabro. Tudo parou. A Terra parou... parecia que eu tinha sido jogado para outra dimensão. Tiro o cinto de segurança, vejo pelo vidro o muro à minha frente e uma fumaça sair do meu carro. O silêncio me assusta.
Alguém abre a porta, não reconheço seu rosto. Apenas sua voz me diz "velho, cê tá legal?". De repente, o mundo volta a girar. Vejo pessoas chegando, barulho do motor e vozes incompreensíveis.
Respiro fundo... tento compreender o que aconteceu. Sento com as pernas pra fora, tento respirar de novo. Mais pessoas chegam perguntando coisas que agora não me recordo. Apenas um rapaz dizendo, baixinho: "cê num bebeu não, né?". Respondo que não. Ele sorri e diz: "então tá bão".
Me levanto. Sinto dor alguma... ainda. O sangue ferve e não sei se tenho lesões.
Vejo pessoas ao redor do outro carro. A moça que estava de passageiro está passando mal. A deitam no chão. Alguém me traz um copo de água...
Lembro-me de ligar para a Ana. Aviso que estou há três quarteirões pra cima da TV... aviso que bati o carro. Ligam para o resgate. Disseram que como não havia vítima, não viriam. Alguém carrega a moça e a leva para a Santa Casa.
Eu fico ali, ainda tentando entender o que se passou há 5 minutos. A Ana chega. Também sua expressão é de surpresa e preocupação. Sinto minha mão direita doer... o impacto da batida foi todo em mim e no meu carro. Alguém me traz gelo em uma fralda. Agradeço.
O condutor do Palio vem, finalmente até a mim. Pede desculpas. Não tenho o que dizer. Apenas pergunto da moça. Ele está descalço e com um olhar assustado. Diz que estão todos bem. Penso: "não, caralho... não estão todos bem".
Ajoelho em frente ao meu carro e, finalmente, vejo o tamanho do estrago. Estranhamente, não sinto nada. Apenas a dor na minha mão. Mas nenhuma sensação passa por mim: ódio, mágoa, revolta... nada!
O que se segue é o mesmo de sempre: polícia chega e colhe informações. Curiosos se dissipam e ficam os envolvidos. Familiares são avisados. Guincho chega para levar meu carro que não tem condições de andar mais.
Minha mão dói demais... e agora sinto dificuldade em respirar. Dói o lado direito do peito. Muito...
Depois de todo trâmite, vou para o hospital saber da moça. Ela está bem. Vou para a casa dos meus pais, que me deram carona e amparo nessa hora.
Explico novamente o ocorrido para minhas irmãs. E vejo no espelho a marca do cinto em meu pescoço e na região pélvica. Em oito anos de carta, é a primeira vez que bato meu carro.
Ainda sinto dores imensas ao respirar. Culpa do cinto.... ainda bem que a culpa das minhas dores é dele! Caso contrário, eu teria uma outra versão para essa história.
Que é corriqueira. Mas inédita pra mim.
É como dizem por aí: vaso ruim não quebra mesmo!!
Desco pela rua Piauí as 20h25, engatado em quinta. O motor segura a velocidade e eu controlo no freio os avanços. Minha mente estava vazia, não pensava em nada no momento. Apenas dirigia meu velho e querido Golzinho...
A preferencial dessa rua é minha. Mas um Palio resolveu mudar o curso da minha noite. Em uma das travessas, ele ignorou o "Pare"... justamente quando eu estava passando por ali.
Vejo-o cruzar minha frente... a menos de 10 metros de distância. Tento desviar, mas já era tarde. Uma fração de segundos para o choque, mas uma eternidade dentro daquele carro.
Acerto-o em cheio. O impacto me deixa perdido, mas consciente o suficiente para ver meu carro quase colidir com um muro na esquina. Vejo ainda o Palio no meio da rua, parado... com sua lateral atingida.
Um silêncio macabro. Tudo parou. A Terra parou... parecia que eu tinha sido jogado para outra dimensão. Tiro o cinto de segurança, vejo pelo vidro o muro à minha frente e uma fumaça sair do meu carro. O silêncio me assusta.
Alguém abre a porta, não reconheço seu rosto. Apenas sua voz me diz "velho, cê tá legal?". De repente, o mundo volta a girar. Vejo pessoas chegando, barulho do motor e vozes incompreensíveis.
Respiro fundo... tento compreender o que aconteceu. Sento com as pernas pra fora, tento respirar de novo. Mais pessoas chegam perguntando coisas que agora não me recordo. Apenas um rapaz dizendo, baixinho: "cê num bebeu não, né?". Respondo que não. Ele sorri e diz: "então tá bão".
Me levanto. Sinto dor alguma... ainda. O sangue ferve e não sei se tenho lesões.
Vejo pessoas ao redor do outro carro. A moça que estava de passageiro está passando mal. A deitam no chão. Alguém me traz um copo de água...
Lembro-me de ligar para a Ana. Aviso que estou há três quarteirões pra cima da TV... aviso que bati o carro. Ligam para o resgate. Disseram que como não havia vítima, não viriam. Alguém carrega a moça e a leva para a Santa Casa.
Eu fico ali, ainda tentando entender o que se passou há 5 minutos. A Ana chega. Também sua expressão é de surpresa e preocupação. Sinto minha mão direita doer... o impacto da batida foi todo em mim e no meu carro. Alguém me traz gelo em uma fralda. Agradeço.
O condutor do Palio vem, finalmente até a mim. Pede desculpas. Não tenho o que dizer. Apenas pergunto da moça. Ele está descalço e com um olhar assustado. Diz que estão todos bem. Penso: "não, caralho... não estão todos bem".
Ajoelho em frente ao meu carro e, finalmente, vejo o tamanho do estrago. Estranhamente, não sinto nada. Apenas a dor na minha mão. Mas nenhuma sensação passa por mim: ódio, mágoa, revolta... nada!
O que se segue é o mesmo de sempre: polícia chega e colhe informações. Curiosos se dissipam e ficam os envolvidos. Familiares são avisados. Guincho chega para levar meu carro que não tem condições de andar mais.
Minha mão dói demais... e agora sinto dificuldade em respirar. Dói o lado direito do peito. Muito...
Depois de todo trâmite, vou para o hospital saber da moça. Ela está bem. Vou para a casa dos meus pais, que me deram carona e amparo nessa hora.
Explico novamente o ocorrido para minhas irmãs. E vejo no espelho a marca do cinto em meu pescoço e na região pélvica. Em oito anos de carta, é a primeira vez que bato meu carro.
Ainda sinto dores imensas ao respirar. Culpa do cinto.... ainda bem que a culpa das minhas dores é dele! Caso contrário, eu teria uma outra versão para essa história.
Que é corriqueira. Mas inédita pra mim.
É como dizem por aí: vaso ruim não quebra mesmo!!
2 comentários:
é muitas vezes o nosso destino não depende só de nois mesmo.. mais VASO RUIM é São Paulino é quase imortal.. entaumm ..
bora trabalha q amanhaa temm tribuna pra mim ler!
Primeira vez que você bate o carro em 8 anos. Dizem que sempre há uma primeira vez para tudo mas, essa é a 'primeira vez' que ninguém quer ter!!! Que bom que não foi mais grave!
Beijinhos!
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