Meu casamento - parte I

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:
Enfim, casei! Depois de um ano inteiro correndo atrás dos preparativos, acostumando a cabeça e o bolso para essa nova fase, finalmente chegou o dia. Sexta-feira, 19 de janeiro. Dia em que completei 25 anos. Foi um quarto de século respondendo "solteiro" em questionários. Agora, o "X" vai para a casa dos casados!


95%
Uma coisa que notei ao passar pelo rito inicial do matrimônio foi a importância dada... à noiva! Minha roupa não foi segredo para ninguém, cheguei eu mesmo dirigindo meu carro na igreja, não tive dia do noivo e não tive uma entrada somente minha! Meu terno mandei fazer, comprei o tecido e a camisa, ganhei a gravata e o sapato. Tudo isso a Ana viu, deu palpite e participou ativamente.

Já com a noiva, pelo contrário, tem todo o mistério por trás. O vestido fica mais escondido que calcinha de freira. A maquiagem, cabelo, sapato, jóias... tudo isso é um segredo de Estado. No dia do casamento ela se esconde por horas para se preparar. O fotógrafo registra o making off. Um motorista particular espera para levá-la. Sua entrada é a mais esperada, todos comentam e todos se encantam! Até a música é a mais bonita...

Não estou reclamando, mas digo com toda certeza: na cerimônia de casamento, a noiva representa 95%. Os outros 5% só são necessários para que o noivo entre e diga "sim". Isso até o dia em que criarem uma forma da noiva apenas entrar com uma declaração do noivo, afirmando que o mesmo está ciente de tudo e concorda com tudo o que for dito pelo padre. Aí, meu caro, acabaremos com a função "noivo".

Mas até lá, os nossos 5% serão extremamente necessários!


Padrinhos
Uma coisa que sentimos muita dificuldade foi na escolha dos padrinhos. Não porque não teríamos quem chamar. Mas por haver necessidade de deixar pessoas queridas de fora. Optamos por sete casais de cada lado. Ainda assim, a Ana precisou de mais um casal. Os escolhidos foram pessoas que representam toda nossa trajetória de vida, nas fases mais importantes dela. Irmãos, amigos de infância, parentes muito queridos, amigos da fase adulta...

No meu caso, escolhi minhas duas irmãs, Mônica e Maitê, por motivos óbvios. Essas duas me aguentam há tanto tempo que seria injusto deixá-las de lado nessa hora. Tenho também outros familiares que me acompanharam nessa hora. Dolores e Eduardo, mãe e filho, tia e primo que sempre me fizeram bem. Aliás, o Dú é um cara que nem parece primo. É um camarada e tanto!

Fechando o grupo família, meu amigo e tio José Isidoro. Pra resumir, essa cara foi quem me ensinou a ouvir rock and roll desde moleque. Minhas lembranças mais antigas são eu sentado em seu quarto, com discos do Wishbone Ash nas mãos, ouvindo Bad Company até o talo, chorando de rir com Talking Heads e ficando chapado com a guitarra do Neil Young. Se ele soubesse o bem que me fez com isso, cobraria mensalidade vitalícia. Nenhum plano de saúde tem uma cobertura dessa. Saúde mental garantida!

Na parte dos amigos, chamei três caras que são do grande caralho. Primeiro, o Rafaelli, amigo desde que me conheço como gente. Esse cara é meu companheiro pra tudo. Quando crianças, era ele quem bolava as brincadeiras. Quando adolescentes, era ele quem me puxava pra sair de casa. Agora crescidos, é ele quem me ouve e dá pitacos sobre o que acontece. Nunca senti a necessidade de ter um irmão. O Fa é meu irmão. Mesmo morando uma casa abaixo da minha, já fiquei quase um ano sem trocar uma idéia. Mas é encontrá-lo que parece que não nos víamos há apenas meia hora. É um homem essencial na minha vida... sem viadagem!

Como amigo, digamos, mais recente, chamei o Renato Pellegrini. Amigo conquistado na faculdade de Jornalismo. Ele e sua recém-esposa Fabiana Lemoa Fatoreto. Tudo o que eu disser sobre ele é para ela também. Esse gaúcho enrustido é outro irmão para mim. Poço de tranqüilidade, ponderado nas decisões, é aquele amigo que você fala sobre problemas e ele traz soluções. Ao mesmo tempo, tem aquelas tiradas de humor filho da puta e sutil. E agora é meu vizinho de condomínio! Não preciso falar mais nada, mas ele vai entender quando disser que sou muito grato a ele por tudo o que fez por mim. Existem pessoas que são muito iluminadas e ele é uma delas.

Por último, um cara que representa tudo aquilo que sempre quis ser. Lembra quando comentei acima sobre minha saúde mental graças à influência do rock no sangue? Então, qual é a conseqüência de tudo isso? Fui um daqueles pivetes que sempre sonham em montar uma banda pra tocar roquenrol. Fui cabeludo, usei preto e anéis, todo aquele arquétipo. Mas em meados de 1996, em uma chácara um camarada traz um CD com uma mulher com uma garrafa de desenho enfiada na tanga. O nome da banda: Velhas Virgens. Uns caras estranhos, fazendo uns barulhos conhecidos.

Depois de anos cultivando um carinho muito grande pela banda, finalmente assisto ao meu primeiro show deles, em 2000, aqui em Limeira. Após isso, começo a trocar uma idéia com o Paulão, vocalista, por e-mail. Depois, entrevistas e mais entrevistas concedidas a mim e a amizade foi crescendo. Surgiram alguns encontros em shows e ambientes de trabalho, telefonemas, mais e-mails, alguns trampos juntos. Pronto, o cara deixou o posto de ídolo para ser amigo, brother mesmo. E tudo isso sem deixar de curtir pra caralho o som que fazem e respeitar toda a história da banda. É por isso que o Paulão foi meu padrinho de casamento. Por ser um cara fodão, em todos os aspectos.

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