Políticos de carreira: o ânus da serpente

Posted: | Por Felipe Voigt |
Eu esperei um pouco para comentar sobre o caso envolvendo dois vereadores de Limeira que censuraram o desfile de uma escola no 7 de Setembro. A escola entraria com um bloco de alunos que repudiariam a corrupção e o nepotismo. Como esses dois vereadores são diretamente interessados no assunto, usaram de algum expediente militar para barrar a entrada dos alunos no desfile cívico. No ano passado, alguns vereadores limeirenses foram obrigados judicialmente a exonerar seus parentes que trabalhavam na Câmara.

Esses dois parlamentares são a rainha e o rei no xadrez político legislativo. Ambos tinham parentes empregados. Ambos foram contra o fim do nepotismo. Ambos são políticos de carreira. Ambos estão em franca decadência. Como sei que vão acabar lendo isso de qualquer jeito, seja pessoalmente em frente ao computador ou através de algum pombo-correio espalhado nos corredores da Casa do Povo, vou deixar meu recado à vossas excelências.

Parem com essa mania de querer cercear a liberdade de expressão apenas porque isso vai de encontro ao que praticam e praticaram ao longo dos anos. Será que não perceberam que essa escola política em que se formaram já está defasada, desgastada e não ilude mais tantos eleitores como antigamente?

Governar um poder público com essa austeridade retrógrada e parcial apenas faz com que o número de votos caia consideravelmente ao longo das eleições. Não adianta dizer que foi o mais votado, isso é reflexo do nome no consciente coletivo, não quer dizer que o trabalho está sendo realizado a contento. A percentagem está cada vez menor e a dificuldade de angrariar os eleitores jovens é muito maior. Quem vota em vocês são aqueles acostumados com os dias da ditadura.

Sonho com o dia em que verei vocês dois e alguns outros nomes fora dos cargos eletivos. Sonho com o dia em que você, nobre rainha, sofrerá as sanções da vida por ser autoritária, mesquinha e manipuladora. O dia em que seu nome entrará, literalmente, nos anais da história limeirense.

Isso não tem conotação partidária, já que não sou filiado a nenhuma gangue-sigla. É apenas uma constatação de alguém que conheceu uma minúscula parte da política legislativa limeirense e não gostou nem um pouco.

E não adianta mandar recados tortos ou sinais de ameaça como antigamente. Meus contatos são conhecidos por todos seus aliados. Se quiser me xingar, contestar ou responder, estou esperando sua ligação. Mesmo sabendo que isso não irá acontecer.

3 comentários:

  1. Anônimo disse...
  2. Felipe, parabéns pelo texto. Gostei da nominação (Rainha e Rei no jogo de xadrez político do Legislativo).Estou tentando pegar um novo gancho sobre o assunto, para comentar na minha coluna "Texto&Contexto", na Gazeta. O que vem sendo publicado, porém, não deixa dúvida da postura idiota e antiquada dos dois "edis"...Estão vivendo ainda no tempo do faz de conta, de que autoridade mandava e todos obedeciam. Eu, porém, acho que a Sonia Basso, diretora do Ely, deveria vir a público e dar nome aos bois....

  3. Anônimo disse...
  4. Artigo supimpa, amigo Felipe! Não acho, entretanto, como sugere o amigo Cláudio, que a diretora do Ely deveria vir a público e dizer quem foram os dois vereadores. Deveria, sim, lavrar um BO contra assédio moral e denunciar o "abuso de poder/autoridade" ao MP.

  5. Felipe Voigt disse...
  6. Valeu Daniel, valeu Bontora!
    Infelizmente ainda somos obrigados a escrever sobre casos como esse. Mas até quando?

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