

Pode até parecer exagero, coisa de fã extremista, mas a verdade é que eu gosto pra caralho dessa banda. Já postei aqui várias razões para essa admiração: o talento dos caras, a qualidade musical, a ousadia, autenticidade, honestidade e cumplicidade com os fãs.
Não são raros os depoimentos de pessoas que passaram a aceitar melhor o discurso da banda (acredite, isso é difícil pra muita gente) depois de assistirem a um show ou conversarem por cinco minutos com qualquer um dos membros (!).
Na madrugada de quinta-feira, não foi diferente. Aparentemente vazio, o local demostrava que a noite seria fria, mas não no sentido climático. Causou até uma certa estranheza o fato de que não havia muita gente para a abertura do Limeira Motorcycle 2006.
Entre os poucos gatos pingados próximos ao palco, foi possível avistar a Lili, responsável pela voz feminina nas VV. Quem não a conhece, poderia muito bem achar que se trata de uma simples adolescente roqueira preocupada apenas em chupar a língua do namorado. Mas não é tão simples assim: ela assumiu o posto deixado por Cláudia Lino, a primeira vocalista, e Roberta Gutti, que entrou após a saída de Claúdia. A responsabilidade de Lili é grande. E isso poderia muito bem subir à cabeça dela e poderia causar um certo estrelismo caso fosse uma outra qualquer. Mas a Lili não é disso e foi por esse motivo que conquistou tão rapidamente o carinho dos fãs. Aliás, ela até merece uma entrevista a parte desse bando de cuecas...


O gozado foi notar que não eram abordado por ninguém. Aquelas centenas de pessoas, que pagaram ingresso para vê-los tocar e que compram seus CDs, cantam as músicas de cor, ignoravam a presença da banda no chão firme. Longe dos palcos, eles são como nós. Eis a grande diferença e virtude em relação à outras bandas. Não há estrelas aqui, sabem que a constelação já está cheia...
Paulão cortou o cabelo. Está com um visual meio neo-nazista, mas apenas o visual, que fique bem claro... Cheguei por trás, como ele gosta, e alisei sua careca recém-maquinada. Havia combinado com ele por telefone de nos encontrarmos antes do show. Foi quando fiquei sabendo que iriam chegar por volta das 11h, direto para o horto, sem hotel. Marquei também de ligar por volta das 22h30, apenas para confirmar se estava tudo dentro dos eixos. Não liguei.
E foi essa a primeira coisa que este senhor de 41 anos me disse: que me esperou ligar até aquela hora. Sabe aquela coisa de namoradinha que fica ansiosa pelo retorno no amado. Então, algo parecido... mas após o abraço, ele se acalmou.
Conversamos por meia hora, aproximadamente. Mas Paulão preocupava-se em reforçar mais os laços com a afilhada, já que comigo a putaria rola desde 2000. Trata-se de uma amizade quase não-presencial, já que conversamos pessoalmente algumas vezes, ora em shows, ora em visita ao SBT. O contato principal é por e-mail, orkut e telefone. Seja para quebrar um o galho do outro em trampos, seja para dar conselhos pessoais. Afinal, o coitado é corintiano... precisa de um aconselhamento periódico.

Aproveito e faço uma foto para colocar aqui. Paulão não está presente, pois como já disse, quer estabelecer mais contato com a Ana. Esse fato chama um pouco a atenção dos presentes em volta e um assédio tímido é notado em algumas pessoas. Um ou outro chega e troca idéia, os outros apenas observam de longe. Depois disso, Paulão vai para o camarim e pede que passemos por lá depois. Lili sai com o companheiro, Cavalo vai buscar uma cerveja e o bando se dispersa.

Encontro também o Wágner Morente, um puta fotógrafo aqui de Limeira. Ele faz uma série de fotos no backstage e que logo colocarei aqui.
(JÁ COLOQUEI LÁ EM CIMA, AS 4 PRIMEIRAS)
Paulão já estava vestido de Barba Negra, estilo pirata do caribe tupiniquim. É aqui que entra uma curiosidade: antes do show, o bicho precisa incorporar alguma entidade para subir no palco. É algo meio neurótico, meio mis-en-scene. Sempre foi assim: de um lado para o outro, caminha meio que em busca desse ser que o ajuda a ser o grande showman que é no palco. A expressão em seu rosto é estática, quase um transe. Não queira conversar com ele naquele momento. Ele não vai te reconhecer. Nem ele mesmo se reconhece...
A banda sobe. Paulão fica. A multidão grita. Começam os primeiros acordes da guitarra. Paulão se dirige à escada de acesso ao palco. Em seu rosto, um sorriso surge. Os olhos brilham. As mãos acompanham o riff. Ele sobe. Definitivamente, o show começou.
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