O estado real de impotência

Posted: | Por Felipe Voigt | Marcadores:
O final de semana mais violento dos últimos anos. E talvez os dias em que mais vimos o quão podres e oportunistas podem ser alguns políticos que nos governam. Enquanto o medo impera em todos os lares, nossos administradores públicos dão um show de incompetência e mostram ao mundo que a política de segurança pública no Brasil está precisando urgentemente de uma solução efetiva. Os ataques organizados pelo PCC, facção que nasceu pequena e ganhou status de partido graças a inoperância e omissão de anos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, tiveram como principal alvo pilares de uma sociedade estável.

Quando a segurança fica abalada, a sensação de medo toma conta e a razão dá lugar à emoção. A boca fala antes que o cérebro processe e analise a situação toda. Os boatos crescem, correm e agregam novos fatores. Assim, um traque solto na esquina vira um atentado a bomba com dois mortos na próxima avenida. O famoso efeito borboleta.


Em meio ao fogo cruzado, o governador Cláudio Lembo (PFL) mostrou que é um administrador omisso, covarde e desumano. Por várias vezes, em entrevistas, afirmava que a situação estava sob controle quando todos nós víamos pela TV que não era nada disso que estava acontecendo. Se recusou a aceitar ajuda federal para conter os ataques e perdeu totalmente o controle da situação. Não por demérito de nossa polícia, mas por falta de comando do governador e dos secretários de Segurança Pública, Saulo Abreu e de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.


O pior e mais incrível em toda essa história é que as autoridades competentes afirmaram que sabiam com antecedência que ocorreriam tais atentados. E ficam várias questões abertas. Como assim, já sabiam? Se já esperavam por toda essa violência, por que não tomaram iniciativas para evitar tantas mortes desnecessárias? Como puderam deixar que policiais que estavam nos defendendo pudessem morrer assim, sem nenhuma defesa prévia? E depois de tudo isso, por que ainda negociaram com os criminosos para cessarem os ataques? Como acreditar em um governo que faz acordo com criminosos?


Ao permitirem que esses homens de bem fossem as ruas com tanto perigo iminente, nossos governantes cometeram um crime contra a humanidade e foram autores de um verdadeiro massacre. Esses três nomes citados acima são tão culpados quanto os criminosos que puxaram os gatilhos.


E se, no fundo, todos ficaram surpresos com tamanha impotência do poder público perante o paralelo, cabe aqui uma pergunta: será mesmo que estamos seguros, de fato? O crime organizado, de fato, está apenas fazendo corpo mole. Em apenas alguns dias, orquestraram essa peça e mostraram que, quando quiserem, podem tomar o Estado a qualquer momento. Estamos a um passo de nos tornarmos uma Colômbia.


Mas é preciso continuar acreditando em nossas polícias. O falta é mais ação de homens que saibam da realidade das ruas. Precisamos de menos política nesse ramo, chega de deputados, senadores e afins meterem o dedo onde não têm conhecimento prático. Ainda prefiro mil policiais nas ruas, com alguns corruptos no meio, do que 513 deputados entrincheirados no Congresso.

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