Guarasemin é afastado novamente da presidência da Câmara

Posted: | Por Felipe Voigt |
A TRIBUNA - O presidente da Câmara de Cordeirópolis, Cristiano Guarasemin (PMDB) está, definitivamente, vivendo um inferno-astral. Em menos de um mês, foi afastado pela segunda vez da presidência. Dessa vez, a Justiça concedeu a liminar após um grupo de seis vereadores terem entrado com um mandado de segurança pedindo o afastamento do vereador de seu cargo de presidente. Assinaram o documento: Giovane Genizelli (PP), David Bertanha (PPS), Josué Picolini (PT), Teresa Peruchi (PSDB), Reginaldo Martins da Silva (PFL) e Rinaldo Dias Ramos (PP).

Com isso, a vice-presidente Teresa assumiu novamente a presidência. A notificação à Guarasemin foi feita da tarde de terça-feira, hora antes da sessão ordinária começar. Durante a sessão, o vereador esteve presente normalmente, uma vez que continua exercendo seu mandato. Em fevereiro, Guarasemim já havia sido afastado por outra liminar, concedida depois que o Ministério Público entrou com uma ação por improbidade administrativa por irregularidades na contratação de uma assessora para a Câmara. Há dez dias, Guarasemim conseguiu derrubar a liminar no Tribunal de Justiça (TJ) e foi reintegrado ao cargo.

No novo despacho da juíza Fernanda Jacó Monteiro, foi levado em conta as afirmações feitas no documento entregue pelo grupo de vereadores, onde as denúncias de irregularidades praticadas por Guarasemin levou a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) e, logo em seguida, uma Comissão Processante (CP), que analisará o pedido de cassação feito pela CEI.

O documento traz que depois da criação da CP, vários documentos foram apresentados a Guarasemin, que tem dificultado o acesso as informações aos membros da comissão. Segundo o vereador e presidente da CP, Reginaldo Martins da Silva, os trabalhos podem ficar prejudicados com essa demora. “Temos apenas 90 dias para pedir ou não a cassação. Mas já fazem 15 dias que estamos trabalhando e até agora nenhum documento solicitado foi entregue. Está claro que ele não pode continuar no cargo de presidente, pelo menos até investigarmos tudo o que for preciso“, afirma Silva.

Confusão
Na tarde de quinta-feira, 23, Guarasemin protagonizou uma verdadeira confusão na Câmara. Por volta das 17h30, ele invadiu a sala da presidência e exigiu que a presidente em exercício lhe devolvesse as chaves do Legislativo, dizendo que havia voltado ao cargo. Porém, Teresa não recebeu nenhuma notificação que afirmasse tal informação. Mas com a insistência de Guarasemin e de seu advogado, se sentiu coagida e lhe entregou as chaves.

O assunto foi manchete de jornais da região na manhã de sexta-feira. Porém, houve um equivoco por parte de Guarasemin. O vereador entrou com um mandado de segurança questionando o relatório final da CEI, afirmando não ter tido direito a ampla defesa. A juíza determinou, então, que a CEI fosse suspensa até que esses problemas processuais fossem sanados. Assim, os trabalhos da CP aguardam a finalização da CEI.

Entretanto, a decisão da juíza não anulou os efeitos da liminar concedida essa semana. Ou seja, Guarasemin continua suspenso do cargo de presidente. Até a tarde de ontem, o vereador deveria ser notificado novamente, desta vez para devolver as chaves a presidenta em exercício Teresa. Nos bastidores, há a informação de que a juíza não teria gostado muito da atitude de Guarasemin. Pela sua entrevista aos jornais de sexta-feira, pareceu que ele quis passar por cima da lei, ao tomar a atitude de exigir as chaves da Casa de volta.

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