Advogado tenta expulsar jornalista da Câmara

Posted: | Por Felipe Voigt |
Quando pensamos que estamos no fundo do poço, percebemos que ainda não chegamos nem na metade. Leia um trecho do relato do meu amigo jornalista João Leonardi sobre um fato ocorrido na sexta-feira, 20 de janeiro, em uma reunião da Câmara Municipal de Limeira:

"Ao entrar e me aproximar já bati uma chapa. Em seguida o advogado da Câmara, Fernando Lencioni pediu para o cinegrafista parar a filmagem e disse mais ou menos o seguinte, se dirigindo a minha pessoa:"o senhor sabe que precisa de minha autorização para fotografar
aqui?"[...] visivelmente alterado e quase gritando, Fernando Lencioni pedia para que eu me retirasse do recinto e quase aos berros gritava insistentemente "ponha-se daqui pra fora, já!".

Eu então disse que estaria saindo da sala, mas bem devagar e que não iria sair correndo do local. Achei que o jurídico da Câmara poderia passar mal, pois estava descontrolado. Saí para evitar a possibilidade de problemas cardíacos ou cerebrais. Logo depois e já lá fora um funcionário da Câmara veio me pedir dizendo que o 'seo' Fernando queria que eu saísse das dependências do legislativo". (leia a íntegra do texto aqui)

Veja até onde pode chegar o absurdo em Limeira: um advogado, que subentende-se estar ciente dos direitos constitucionais dos cidadãos, impedindo um jornalista de registrar cenas de uma reunião que já estava sendo filmada! Uma Casa do Povo, como assim é conhecido Legislativo, não deve suportar atitudes como essa.

Talvez o nobre advogado tenha se esquecido, mas ele está sendo pago com dinheiro público e prestando serviços tão somente à população. Os vereadores foram postos lá, independente da competência, através de iniciativa popular.

Por mais que alegasse se tratar de uma reunião secreta, ou seja, probida de ser divulgada, há a necessidade disso ser publicado no Jornal Oficial do Município com, pelo menos, 48 horas de antecedência.

Probir a imprensa de fazer seu trabalho soa como uma volta aos porões da ditadura. A censura, por qualquer parte que seja, deve ser coibida da vida pública. Portanto, mais que respeitar os direitos, esse nobre defensor das leis deveria servir um cafézinho ao jornalista. E perguntar: "o senhor precisa de mais alguma coisa, seo Jão?".

Infelizmente, ainda veremos expedientes desse tipo por, pelo menos, mais três anos. Quem sabe a próxima leva de vereadores aprenda um pouco como NÃO se deve fazer política com os atuais edis.

Tsc, tsc, tsc...

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